“Acharás estranho que eu teu pai, tão pouco praticante te peça tão pequena heroicidade, temo até que não me leves a sério, um filho sempre deseja ser como seu pai, se calhar não te parece ser ajustado, para um homem que tem tão poucas convicções religiosas, peça, ou até exija, foi a palavra que ontem usei contigo, que não te afastes de uma experiência de transcendência, não que eu deseje que tu sejas um homem com uma visão clerical da vida, até seria perigoso. Também sei, que tu duvidas de quase tudo, de tudo que disseram que eu fui na religião, não acreditas… também te digo que ainda não ganhaste toda a capacidade para julgar, mas isso, não será impedimento para seres um homem completamente livre.
Quero que tu tenhas uma educação sem complexos, a mim parece-me, com isto da religião, pode, abrir horizontes e, ajudar a perceber até a matemática. Não vamos falar mais de política, disso falamos todos dias cá em casa, também não vamos discutir mais ideologia, porque disso como sabes eu sou insuportável.
Quero que aprendas uma nova metodologia para perceber a história, não só conhecê-la para que não sejas inculto, que quando se fala da civilização dos gregos ou dos romanos, percebas que a civilização cristã radica aí.
Não se pode entender Picasso sem entender Miguel Ângelo, e quantos outros autores poderia aqui falar, como poderás entender as ciências naturais, e repito até as matemáticas, sem encontrares uma fundamentação religiosa? Grandes autores como Pascal ou Newton eles eram cristãos, se calhar não sabias, até eram homens demasiado piedosos. Pasteur provava a existência de Deus, e dizia que tinha chegado à fé a partir da ciência. A religião está intimamente unida a todas as manifestações da inteligência humana. É a base da civilização e pôr-se de fora de uma visão religiosa é pôr-se de fora de uma visão intelectual.
Querido filho convence-te do que te digo: muitos têm interesse que outros desconheçam a realidade. Comunicar a liberdade da consciência e todas as outras coisas análogas, inclusive, católicos conhecem pelos livros alguma coisa da religião, mas não a conhecem o suficiente de modo a perceber, não só para a amar, mas inclusive para a poder odiar. Ficam apenas numa rejeição, outros apenas receberam uma educação religiosa, mas foi tão mal dada que ainda bem que a abandonaram. Não preciso ser génio, para compreender, que só são verdadeiramente livres, aqueles que correm o risco de querer aceitar viver em liberdade, e o cristianismo é das instâncias humanas que mais possibilita a liberdade do ser humano e quem te diz é o pai não crente.
Esta carta, provavelmente deixa-te surpreendido, talvez precise de uma grande conversa, mas esta carta é, da minha parte, um compromisso para te dizer que eu deixar-te-ia ignorante se não fizesse este desafio de me ultrapassares numa vivência religiosa que infelizmente eu não tenho."
Quero que tu tenhas uma educação sem complexos, a mim parece-me, com isto da religião, pode, abrir horizontes e, ajudar a perceber até a matemática. Não vamos falar mais de política, disso falamos todos dias cá em casa, também não vamos discutir mais ideologia, porque disso como sabes eu sou insuportável.
Quero que aprendas uma nova metodologia para perceber a história, não só conhecê-la para que não sejas inculto, que quando se fala da civilização dos gregos ou dos romanos, percebas que a civilização cristã radica aí.
Não se pode entender Picasso sem entender Miguel Ângelo, e quantos outros autores poderia aqui falar, como poderás entender as ciências naturais, e repito até as matemáticas, sem encontrares uma fundamentação religiosa? Grandes autores como Pascal ou Newton eles eram cristãos, se calhar não sabias, até eram homens demasiado piedosos. Pasteur provava a existência de Deus, e dizia que tinha chegado à fé a partir da ciência. A religião está intimamente unida a todas as manifestações da inteligência humana. É a base da civilização e pôr-se de fora de uma visão religiosa é pôr-se de fora de uma visão intelectual.
Querido filho convence-te do que te digo: muitos têm interesse que outros desconheçam a realidade. Comunicar a liberdade da consciência e todas as outras coisas análogas, inclusive, católicos conhecem pelos livros alguma coisa da religião, mas não a conhecem o suficiente de modo a perceber, não só para a amar, mas inclusive para a poder odiar. Ficam apenas numa rejeição, outros apenas receberam uma educação religiosa, mas foi tão mal dada que ainda bem que a abandonaram. Não preciso ser génio, para compreender, que só são verdadeiramente livres, aqueles que correm o risco de querer aceitar viver em liberdade, e o cristianismo é das instâncias humanas que mais possibilita a liberdade do ser humano e quem te diz é o pai não crente.
Esta carta, provavelmente deixa-te surpreendido, talvez precise de uma grande conversa, mas esta carta é, da minha parte, um compromisso para te dizer que eu deixar-te-ia ignorante se não fizesse este desafio de me ultrapassares numa vivência religiosa que infelizmente eu não tenho."
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